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O QUE ACONTECE DURANTE UMA ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA?

A endoscopia digestiva alta (aquela feita por via oral) é uma rotina preventiva segura, capaz de diagnosticar inúmeras doenças do aparelho digestivo – até mesmo cânceres em estágio inicial.

O exame permite visualizar o esôfago, o estômago e o duodeno,

que é o início do intestino delgado. Muitas lesões são, inclusive, tratadas ou removidas na hora, evitando cirurgias.

Sílvia Mansur Reimão, Doutora em gastroenterologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e médica do Serviço de Endoscopia do Hospital Sírio-Libanês responde algumas dúvidas para tranquilizar os novatos nesse procedimento.

Como deve ser o preparo para a endoscopia?

É preciso fazer uma dieta leve na véspera, sem comer alimentos de difícil digestão, como carne vermelha. O jejum para alimentos sólidos é de oito horas; líquidos, de três a quatro horas. O estômago precisa estar completamente vazio, do contrário não será possível visualizar os órgãos. E o mais importante: se o jejum não for respeitado, o paciente corre o risco de aspirar o conteúdo do estômago para o pulmão e ter complicações.

Posso conversar com o médico antes de entrar na sala de procedimentos?

Sim. Chegando ao hospital, a primeira etapa é a entrevista. Tire todas as dúvidas com o endoscopista e com o anestesista. Responda as questões com muita precisão: período correto do jejum, medicamentos de uso constante, cirurgias prévias, alergias, problemas de saúde, como foi sua última refeição. Não omita nenhum dado.

Há medicamentos que interferem no exame?

Os principais são os anticoagulantes usados para afinar o sangue (ácido acetilsalicílico e similares). Eles não interferem no exame endoscópico em si, mas em alguns desdobramentos, como biópsia ou retirada de pólipos (se for necessário). As chances de sangramento aumentam porque o sangue fino não coagula – então essa medicação pode ser suspensa antes do exame. Da mesma forma, pacientes diabéticos que usam insulina devem pedir orientação ao seu médico.

A endoscopia é feita com sedação endovenosa?

Sim, pois é um procedimento desconfortável que provoca náuseas. A sedação tem efeito pontual, dura somente o tempo do exame, e o paciente acorda logo depois. Do início ao fim, ele recebe monitoramento cardíaco e fica conectado a uma fonte de oxigênio.

Pode ser realizada apenas com anestesia tópica?

É possível, apesar do desconforto. Alguns pacientes, habituados a fazer endoscopia sem sedação, preferem ficar acordados durante o procedimento. Nesse caso, o médico aplica um spray anestésico na garganta. O monitoramento das funções vitais, porém, é feito da mesma forma.

Como acontece o exame?

Após a sedação, o médico introduz o endoscópio (tubo flexível bem fino, com luz e microcâmera na ponta) pela garganta, fazendo o percurso até os órgãos do aparelho digestivo. Tudo é observado em tempo real pelo monitor de vídeo.

É comum introduzir ar no estômago?

Sim, é preciso insuflar o interior do estômago e demais órgãos para uma melhor visualização. Mas todo o ar que foi injetado é aspirado no final – e o paciente não sentirá mal-estar.

Quais complicações podem ocorrer durante o procedimento?

A endoscopia digestiva é muito segura e as complicações são raras. Mas, como envolve anestesia, há riscos cardiopulmonares, arritmias, parada respiratória, reações anafiláticas. Outros riscos são de perfuração, sangramentos (após biópsia ou remoção de pólipos) e infecções, causadas pela possível migração de bactérias do estômago para a corrente sanguínea.

Que doenças o exame pode detectar?

São muitas, mas entre as principais estão gastrite, úlceras, tumores, esofagites, duodenites, refluxo gastroesofágico, câncer de esôfago, de estômago ou de duodeno.

Se forem encontrados pólipos, úlceras, tumores, o que pode ser feito?

Uma das vantagens da endoscopia é a possibilidade de tratar lesões durante o processo. Os pólipos são retirados, da mesma forma que tumores (como cânceres em fase inicial). Lesões suspeitas são colhidas e encaminhadas para biópsia. Sangramentos causados por úlceras são tratados com medicamentos. Em muitos casos, a endoscopia deixa de ser apenas diagnóstica para ser terapêutica, uma alternativa à cirurgia.

O câncer é uma lesão facilmente detectada, ainda que em estágio inicial?

Sim. Independentemente da fase do tumor, é possível ter o diagnóstico. Cânceres iniciais são, muitas vezes, removidos pela técnica endoscópica. Em estágios avançados, porém, não podem ser retirados. Por isso a importância de realizar o procedimento de forma preventiva.

Qual a duração do exame?

Se for uma endoscopia diagnóstica, é muito rápido: de 10 a 15 minutos. No caso da endoscopia terapêutica, que requer algum tratamento, como a retirada de pólipos ou tumores, é difícil estimar a duração. Dependerá do tipo de lesão.

A partir de que idade a endoscopia se torna um exame de rotina?

Como prática preventiva, costuma ser solicitada a partir dos 50 anos (e repetida a cada cinco anos). Mas pode ser realizada a qualquer momento, caso o paciente tenha queixas de queimação ou dores abdominais, vômitos, náuseas, refluxo, difícil digestão, dificuldade para engolir. Pessoas com histórico familiar de pólipos ou câncer devem fazer o exame antes dos 50 anos, de acordo com a solicitação médica. Em casos específicos, como acompanhamento de cânceres ou de cirurgia bariátrica, é feito ainda mais regularmente.

O que acontece após o procedimento?

Recomenda-se repouso por cerca de 30 minutos, até se recuperar dos efeitos da sedação. O paciente deve comer algo leve e ir para casa sempre acompanhado. Não é permitido dirigir. Caso sinta algum mal-estar acompanhado de febre, vômito, dores abdominais, deve-se procurar o pronto-atendimento para avaliação.

Fonte: coracaoevida.com.br